As
coisas estavam todas se ajeitando. Os dias começaram a não demorar tanto pra
passar, e juro, eu quase não sentia raiva de você. Estava me acostumando com a
ideia de te ter longe, e de ter sido (mais uma vez) ingênua e iludida. Comecei
novamente a achar graças nas coisas, até as que me lembravam você.
Prometemos
um ao outro, promessas essas que jamais deveriam ter sido feitas, que ainda
seríamos amigo. Você disse que não me queria longe, e nem queria me fazer, ou
me ver sofrer. Por isso decidiu que ficaria longe de mim, dos meus sonhos e
principalmente do meu coração.
Mesmo
com todas as pessoas em volta me dizendo que você não era digno de tudo o que
eu podia te proporcionar, eu acreditava em você. Até mais do que você próprio.
Via qualidades, onde talvez, não existissem nem mesmo a vontade de ser melhor.
Aprendi, infelizmente tarde demais, que ninguém pode mudar o outro, ou
transformá-lo. Cada um tem que querer mudar por si mesmo.
Incrível
como as coisas aconteceram. Em um dia eu te via como um amor que não deu certo,
e no outro como a pior pessoa do mundo. Ainda luto contra a minha mente, talvez
tentando me enganar, que você não me enganou, mentiu e me machucou. Queria
muito pegar um ônibus e descer na esquina do legal com o feliz onde a gente se
encontrou. Engraçado, hoje paro e penso. Como pude dizer, e demonstrar tantas
vezes que amava uma pessoa, que hoje não merece nem o meu respeito?
Lembro-me
de cada palavra que você me disse naquela última noite. De como me afirmou com
todas as palavras do mundo que tudo o que você sentia era verdadeiro, e eu
sinceramente acreditei. Já estava conformada. Pra mim nosso amor só não havia
dado certo por que havia acontecido na hora errada. Mas, me enganei de novo.
Você usou, brincou e, quando cansou do meu coração, o descartou como se não
valesse nada.
Por
um lado isso foi bom, pude ver realmente o quanto você me “amava”, amor tão
verdadeiro quanto uma nota de 3 reais.
Olhar
hoje pra você me desperta os piores sentimentos, e por mais que você me tenha
feito mal, não gostaria que fosse assim. Tantos anos juntos, tantas histórias
pra contar. Ainda éramos dois idealizadores do amor, da amizade e da vida. Eu
te segurei quando você quis cair, te ajudei a levantar quando ninguém se
importava, me doei por completo por você. E não. Você não me deixou entrar e
ficar de vez na sua vida.
Saber
que agora tenho que seguir a vida sem você não é fácil. Mas, afinal, ela não
para por nós, não é?
Agora
estou tentando levantar e aprender a andar novamente. Confesso que queria poder
te ver sorrir, mesmo que distante. Mas cansei de sofrer. Estou aprendendo a não
me importar com o que não me faz bem.
Escrever faz parte de mim. Porém, todas as
vezes que me proponho a imaginar algo novo você me vem à mente. E as cicatrizes
ainda estão abertas. Por isso prometi que esse seria o último texto sobre você,
e sobre nós. Não quero deixar de fazer o
que me faz bem, mesmo que tenha que ao menos fingir que você não existiu no
lugar mais profundo dos meus sentimentos.
Como último resquício da nossa história, deixo
os trechos dessas músicas que traduzem bem os meus pensamentos a respeito de
tudo isso.
“É
normal que a gente tenha se enganado, nossa história aconteceu no tempo errado.
Eu não sou boa em me despedir, mas é melhor eu ir pra não me arrepender. Tente
entender”.
“Você
tá sempre indo e vindo, tudo bem, dessa vez eu já vesti minha armadura. E mesmo
que nada funcione eu estarei de pé, de queixo erguido. Depois você me vê
vermelha e acha graça, mas eu, não ficaria bem na sua estante... só por hoje
não quero mais te ver. Só por hoje não vou tomar minha dose de você. Cansei de
chorar feridas que não se fecham, não se curam. E essa abstinência uma hora
......vai passar”!
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